Assisti um documentário - Os Melhores Acrobatas do Mundo Animal - e uma cena me chamou a atenção a respeito de um filhote de ganso, que estava aprendendo com a mãe, as habilidades de vôo e, a cada tentativa, o recém-chegado ao mundo sofria quedas infinitas, do topo até a base de uma montanha, até aprender a se equilibrar e conseguir o objetivo imposto de modo instintivo pela matriarca da família. É um comportamento animal impressionante: o filhote cai inúmeras vezes, se levanta, cai de novo e volta a se reerguer e assim vai mantendo essas alternâncias.
Fato semelhante ocorre em seres humanos, por exemplo, para quem tem filhos pequenos, é doloroso ver o filho cair e machucar o joelho. Embora doa no coração, no fundo da alma o pai e a mãe sabem que cair é a única forma de se aprender a andar, como se fosse um treino que acontece também quando se monta num cavalo, numa bicicleta, pela primeira vez, ou em treinos para competições olímpicas.
O erro pode ser uma coisa boa, desde que aprendamos alguma lição com ele. E uma lição ainda mais dolorosa é entender que quanto mais fundo o buraco em que você cai, mais alto você poderá subir (é o exemplo do filhote citado na introdução desse texto). Os obstáculos são necessários para o nosso crescimento. Isso é para reforçar mais a compreensão da existência de animais que querem nos mostrar esse tipo de aprendizagem - a importância da queda como uma evolução do nosso interior.
Nossa escolha determina se os obstáculos serão vistos como caos ou como oportunidades para sabermos seguir o caminho mais favorável, com a consciência de que as quedas nunca param e influenciam em mudanças constantes, preferencialmente para o lado do bem.
É profundamente lamentável ver alguns pais exagerar no zelo aos seus filhos. Uma proteção excessiva não ajuda a criança a se desenvolver psicologicamente, como se ela fosse colocada numa bolha de plástico ou presa numa caverna, para não sofrer agressões de outros semelhantes. Quando atingir a fase adulta, conhecerá apenas o lado bom. Isso é prejudicial.
Outra situação revoltante é quando uma pessoa acha que já está no caminho e por isso é inatingível, não tem mais espaço para crescer na vida. Acontece muito isso com pessoas já envolvidas em algum culto religioso, e que passam a se considerar justas. Acham que já têm a "verdade" incorporada à própria personalidade e se esquecem de que a única verdade é a constante transformação e evolução do espírito.
Hoje, assumindo que você está no caminho certo, pergunte a si mesmo o que mais poderia fazer. O quanto ainda age ou pensa erradamente e poderia mudar? O quanto poderia agir melhor, compartilhar mais, fazer mais, em quantidade e qualidade?
As quedas é a resposta.
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